Informações sobre suspeitas de práticas monopolistas utilizadas pela Allegro surgiram em julho deste ano.
O Escritório de Concorrência e Defesa do Consumidor realizou então uma busca na sede do Grupo Allegro. Fez parte de um procedimento explicativo em que o Gabinete da Concorrência e Defesa do Consumidor verifica se a Allegro favorece a sua própria loja online em detrimento de outros vendedores que operam nesta plataforma.
Agora, surgiram sugestões na mídia sugerindo que o regulador do mercado está na fase final de seus procedimentos e está se preparando para emitir uma decisão sobre a Allegro violar as regras de concorrência no mercado polonês.
No entanto, em resposta a perguntas da Wirtualnemedia.pl neste caso, a UOKiK não confirmou o trabalho final de seu processo, nem forneceu uma data aproximada para concluir o processo e emitir uma decisão.
O Escritório apenas enfatizou que continua a explicar o possível uso de práticas monopolistas pela Allegro e ainda está analisando todos os sinais nesta matéria. O Escritório lembrou ainda que, por práticas restritivas da concorrência, a empresa pode ser multada em até 10%. faturamento anual. Esta é a penalidade pecuniária máxima prevista pela lei antitruste.
Allegro não respondeu a perguntas do Wirtualnemedia.pl sobre a legitimidade das suspeitas por parte do UOKiK ou sobre os detalhes da cooperação com o regulador.
Por outro lado, Krzysztof Krawczyk, o chefe da Dreamcommerce, provedor da plataforma Shopper usada pelos vendedores online, não esconde na conversa conosco que os motivos de Allegro são claros para ele.
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– O facto de a Allegro privilegiar uma loja própria é um facto – basta olhar para a página principal do site, onde um terço dos produtos apresentados são provenientes desta loja – avalia enfaticamente Krzysztof Krawczyk. – Do ponto de vista empresarial, apresentar a sua própria oferta através do marketplace é a solução mais justificada – Amazon, Zalando e Asos vendem os seus produtos. É uma pena não usar o alcance em massa dos usuários. O problema é que a Amazon vende livros com sua própria marca desde o início, enquanto a Allegro vem construindo sua posição sobre outros vendedores e seus clientes há 15 anos. Só em 2015 fundou a sua própria loja, e agora ocupa uma posição privilegiada no site.
O chefe da Dreamcommerce lembra que Allegro introduz altas comissões, que, como se pode suspeitar, não se aplicam à sua própria oferta.
– As mudanças no regulamento do site também levam a uma completa unificação das ofertas – com os mesmos gráficos e templates, as lojas perdem a chance de se destacar e promover sua própria marca – enfatiza Krawczyk. – Eles só podem competir em preço. Enquanto isso, as lojas da Brand Zone podem distinguir suas ofertas com logotipos conhecidos. Por vários meses, o site claramente desviou sua atenção dos vendedores menores e se voltou para sua própria loja e para a Brand Zone, ou seja, grandes marcas. É difícil para os vendedores comuns competir nesta base.
Segundo o nosso interlocutor, a decisão do Gabinete da Concorrência e Defesa do Consumidor no caso Allegro, mesmo com pena simbólica, mostraria que mesmo uma indústria tão inovadora como o e-commerce deveria aderir aos princípios da concorrência leal.
– Ninguém deve usar a força para construir suas próprias ofertas em detrimento dos outros – diz Krawczyk. – Até agora, todas as alterações ao regulamento visavam aumentar a credibilidade do website junto dos compradores e adequá-lo às suas necessidades. A fiscalização da UOKiK chama a atenção para a voz dos vendedores que se sentem prejudicados. Para que o Allegro seja um site confiável, também deve levar em consideração as necessidades de seus parceiros de negócios, pois são eles que são a força do site. Estamos falando do número de 100.000. contas da empresa. Especialmente se houver a Amazon no horizonte, para a qual os vendedores podem transferir suas vendas.
De acordo com o chefe da Dreamcommerce, o julgamento do Escritório de Concorrência e Defesa do Consumidor não tirará a posição da Allegro como líder de e-commerce aos olhos dos consumidores.
– Mas espero que, em primeiro lugar, convença a Allegro a mudar sua política e tratar todos os vendedores, grandes e pequenos, bem como sua própria loja em termos de igualdade, diz Krawczyk.
De acordo com o levantamento Gemius/PBI em agosto deste ano. Allegro.pl registrou 15,37 milhões de usuários reais e 1,33 bilhão de visualizações de página.