campos de concentração no mapa da Polônia. O Ministério das Relações Exteriores está reagindo

O documentário ministerial “Iwan, o Terrível de Treblinka” apareceu na Natflix no final de outubro. A produção de 5 episódios conta sobre o julgamento de um ucraniano, Ivan Demianiuk, que foi guarda em campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra Mundial, e foi apelidado de Ivan, o Terrível, devido à sua crueldade com os prisioneiros.

Após a guerra, Demianiuk fugiu para os EUA, de onde foi deportado para Israel na década de 1980. Ele foi condenado à morte em um julgamento, mas depois absolvido das acusações. Seu próximo julgamento ocorreu em 2009 na Alemanha, Demianiuk foi acusado de ser co-responsável pelo extermínio em massa de judeus no campo de extermínio de Sobibór. Ele foi condenado a cinco anos de prisão, morreu em 2012 em um lar de idosos.

Campos de concentração no mapa da Polônia na série

No sábado, a série foi elogiada no Twitter por Michał Majewski, ex-jornalista e analista da agência Bridge há mais de dois anos. – Esta é uma boa série documental sobre Demianiuk. Eu puxei a coisa toda, ou seja, 5 episódios, do momento. O ciúme corrói quanto dinheiro há nessas produções para documentação, fotos de arquivo, cenas representadas – disse.

Magdalena Ogórek, jornalista da TVP Info, discutiu com ele. – Bom?? Zooms ininterruptos no mapa com as palavras “Polônia” (mapa pós-guerra (!)) Quando se trata dos campos. Chove o tempo todo: “Campos de concentração nazistas na Polônia”. A palavra “Alemanha” ainda não foi dita – estou atrás do segundo episódio. Em termos de implementação, claro, muito eficiente – avaliou. – Não exagere. Não há tour anti-polonês nesta série. Mapa? Eu entendo que o ponto é simplesmente fazer alguns espectadores de países distantes onde os eventos ocorreram, respondeu Majewski.

No domingo, Dariusz Grzędziński, até recentemente jornalista do “Fakt”, postou um quadro da série com um mapa mostrando campos de concentração, mostrando os contornos dos países estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial. É por isso que existem vários campos no território da Polônia.

– Esses espectadores de países distantes verão um mapa contemporâneo da Polônia, com campos de concentração marcados de duas maneiras (de quem são aqueles sem a suástica?). Eles não vão descobrir, no entanto, que tudo aconteceu no território ocupado e nós fomos as vítimas. Você não precisa de um martelo para propaganda, comentou Grzędziński. – Quem foi consultor de conteúdo e lançou esse mapa? Que “consistência”: um mapa contemporâneo da Polônia, cujos vizinhos são a Tchecoslováquia e a URSS – Estera Flieger escreveu no Gazeta Wyborcza.

– O mapa deve ser um fragmento de um documento de arquivo sobre Demianiuk da década de 1980. Ele não deve estar presente na série e, se alguém insistir em usá-lo, o espectador deve obter a informação de que está observando o efeito de ignorância de alguém. Ele não entende – acrescentou Grzędziński.

– Aqui está um verdadeiro campo de atuação do PiS na área de política histórica – estamos perdendo tudo na cultura pop, em troca apresentando empresas patrióticas ao público nacional. Para não dormir, intervir – disse Marcin Makowski de Do Rzeczy e WP.

Aqui está um verdadeiro campo de atuação do PiS no campo da política histórica – nós o perdemos completamente na cultura pop, em troca apresentando empresas patrióticas ao público doméstico. Fique acordado, intervenha. https://t.co/F5Py2dqDWN

– Marcin Makowski (@makowski_m) 9 de novembro de 2019

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Ministério das Relações Exteriores para Netflix: vamos cuidar da verdade histórica!

Na tarde de domingo, os gráficos foram referenciados no perfil do Twitter do Ministério das Relações Exteriores. O mapa inclui a divisão do território da Polônia do período da Segunda Guerra Mundial entre o Terceiro Reich e a URSS.

– Vamos cuidar da verdade histórica! – Postado na Netflix. – Na época mencionada na série “Iwan, o Terrível de Treblinka”, o território da Polônia estava ocupado, e a Alemanha nazista era responsável pelos campos. O mapa mostrado na série não está de acordo com os limites da época – acrescentou.

[email protected], vamos cuidar da verdade histórica!

Na época mencionada na série “Iwan, o Groźny de Treblinka”, o território da Polônia estava ocupado, e a Alemanha nazista era responsável pelos campos. O mapa mostrado na série não está de acordo com os limites da época. pic.twitter.com/EJZHnhSwKD

– Ministério das Relações Exteriores da República da Polônia 🇵🇱 (@MSZ_RP) 10 de novembro de 2019

Morawiecki escreve para o chefe da Netflix: o mapa da série está reescrevendo a história

Na segunda-feira, o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki publicou uma carta nas redes sociais dirigida a Reed Hastings, presidente da Netflix. Na carta, ele enfatizou as perdas e os méritos dos poloneses durante a Segunda Guerra Mundial.

– Seis milhões de nossos cidadãos – poloneses, judeus e muitos outros – foram vítimas do regime de terror nazista alemão. Muitos foram assassinados por tentar ajudar seus vizinhos judeus. A Polônia foi o único país ocupado pelos nazistas onde a pena de morte foi imposta por esconder judeus, apoiá-los de alguma forma, ou mesmo por se recusar a entregá-los às autoridades alemãs. Apesar disso, segundo o Instituto Yad Vashem, os cidadãos poloneses constituem o maior grupo de Justos entre as Nações, enumerou.

– Nosso dever é honrar a memória e proclamar a verdade sobre a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, um dos crimes mais terríveis da história. Esta é uma tarefa não apenas de políticos e historiadores, mas uma responsabilidade compartilhada de todas as pessoas de boa vontade. Uma grande parte dessa responsabilidade recai sobre instituições culturais e plataformas como a Netflix – e eu aprecio muito seus esforços para educar as gerações mais jovens sobre história, por meio do entretenimento e da arte, acrescentou o chefe de governo.

Ao mesmo tempo, ele criticou o mapa que aparece na série “Iwan the Groźny from Treblinka”. – O mapa não é apenas falso, mas também engana os espectadores, sugerindo que a Polônia foi responsável por estabelecer e administrar esses campos e pelos crimes cometidos neles. Meu país nem existia como um estado independente naquela época, e milhões de poloneses foram assassinados nesses campos. Por isso, esse elemento da série nada mais é do que reescrever a história – disse Morawiecki.

– Acredito que este terrível erro foi cometido involuntariamente – e espero que você consiga corrigi-lo o mais rápido possível, modificando o mapa acima mencionado ou informando os destinatários sobre o erro de alguma outra forma – observou o chefe de governo. Ele anexou à carta “o mapa adequado da Europa do final de 1942, mostrando a maior extensão das conquistas territoriais alemãs” e um relatório de Witold Pilecki, que se permitiu ser preso no campo de Auschwitz e depois escapou de lá para fornecer informações sobre os crimes ali cometidos.

– Ainda devemos esta verdade às vítimas da Segunda Guerra Mundial – enfatizou Mateusz Morawiecki. – Talvez para seus criadores estes sejam pequenos erros, mas são muito prejudiciais para a Polônia e nossa tarefa é reagir com firmeza. Espero que meus argumentos sejam entendidos pelas pessoas que gerenciam a Netflix – observou ele no post do Facebook.

Porta-voz da Netflix: estamos acompanhando de perto o caso

Na tarde de segunda-feira, horário polonês, um porta-voz da Netflix fez uma breve declaração à Reuters e ao The Washington Post. – Estamos cientes das ressalvas em relação à série “Iwan, o Groźny de Treblinka” e estamos acompanhando de perto esse assunto – disse.

No terceiro trimestre deste ano. A Netflix obteve um aumento de receita de mais de 31%, e o lucro líquido da empresa foi de US$ 665 milhões. Em três meses, o serviço reverteu a tendência de queda nos usuários dos EUA, mas no geral alcançou um número de novos assinantes abaixo do esperado. Atualmente, a Netflix é usada por mais de 158 milhões de usuários em todo o mundo.

A Netflix não revela quantos usuários pagantes tem na Polônia. A Amper Analysis estima que pode haver 800.000 deles. Em setembro, a plataforma contava com 2,91 milhões de usuários e 40,6 milhões de page views em nosso país (segundo levantamento Gemius/PBI).