Guillebault, que está trabalhando nas mudanças apropriadas na lei, enfatizou que “o Canadá está na linha de frente nesta batalha”. As mudanças são necessárias, enfatizou, especialmente no contexto de algumas ações do Facebook, que na Austrália bloqueou a transmissão de informações para a mídia australiana.
Mudanças na lei sobre o uso de conteúdo baixado de sites de mídia tradicional pelas mídias sociais há muito são anunciadas no Canadá. As ações propostas foram incluídas no programa eleitoral do partido liberal no poder na campanha de 2019. No Canadá, foi publicado um relatório contendo 97 recomendações de especialistas para o governo sobre gigantes como Google, Apple, Facebook, Amazon, Netflix e Spotify. As recomendações incluem tributação, garantias para os interesses dos criadores canadenses e proteção legal da privacidade no mundo digital. Previa-se que as novas soluções fiscais fossem incluídas no orçamento para 2020/2021. O Parlamento, no entanto, não aprovou a lei orçamentária devido à epidemia de coronavírus.
Canadá pode eventualmente ser o modelo australiano
Guillebault disse em uma reunião com jornalistas que o Canadá pode eventualmente adotar o modelo australiano, que obriga o Facebook e o Google a chegar a acordos para pagar à mídia por links de informações ou conduzir negociações legal e financeiramente vinculativas. Guillebault também mencionou negociações semelhantes no GAFAM e outras mídias sociais com os governos da França, Finlândia e Alemanha.
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“Suponho que em breve teremos 5, 10, 15 países adotando soluções semelhantes”, disse o ministro canadense. A Reuters cita neste contexto uma declaração da especialista em mídia social Megan Boler, da Universidade de Toronto. O especialista expressou a opinião de que o Facebook “pode ser confrontado com uma coalizão que atinge seu monopólio”. O professor Daniel Angus, da Queensland University of Technology, por sua vez, considerou as ações do Facebook, que remove as notícias da mídia australiana de sua plataforma, como um ato deliberado causador do caos. Suas palavras são citadas pela Bloomberg.
No início de fevereiro deste ano. Mais de 100 jornais do Canadá saíram com a primeira página em branco, o que sinalizava a necessidade de ação imediata do governo. Conforme resumido pela Canadian Press, a situação das editoras canadenses está se deteriorando porque suas publicações são usadas gratuitamente pelo Facebook e pelo Google, embora essas empresas ocupem mais de 80%. orçamentos de publicidade no Canadá.
Guillebault emitiu então um comunicado no qual sublinhou que “a informação jornalística não é gratuita, nunca foi e nunca será”.
No final de janeiro deste ano. Em entrevista à emissora pública CBC, chefe de políticas públicas do Facebook no Canadá, Kevin Chan disse que espera uma ação do governo, e que o parlamento deve legislar sobre que tipo de conteúdo não é permitido nas redes sociais. Ele acrescentou que o Facebook também esperava leis de privacidade mais duras, bem como mudanças fiscais, mas achou que seria um erro o Canadá obrigar o Facebook a pagar pelas informações.
Introduzindo um imposto federal sobre vendas
No laudo pericial de 2020, que levou dois anos para ser trabalhado, a recomendação mais comentada foi a introdução imediata do imposto federal sobre vendas (HST), o equivalente canadense do IVA. Especialistas consideraram esta questão extremamente urgente. As empresas de mídia canadenses são obrigadas a cobrar o HST, enquanto isso não se aplica às empresas estrangeiras, enfatizaram. Isso coloca as empresas canadenses em uma posição fiscal pior. Atualmente, as empresas de streaming pagam apenas impostos sobre vendas em Quebec e Saskatchewan. É cobrado pelas autoridades dessas províncias.
Postado no ano passado o relatório da Autoridade Canadense de Registro na Internet (CIRA) indicou que 60%. Os canadenses usam a Internet para aprender sobre eventos atuais. O Facebook alcançou recorde de receita (US$ 28,07 bilhões) e lucro líquido (US$ 11,2 bilhões) em sua história. Seus serviços e aplicativos já são utilizados por 3,3 bilhões de internautas por mês e por 2,8 bilhões somente pelo Facebook. Para cada usuário, a preocupação ganha US$ 8,62 por trimestre.