A França não pretende excluir a Huawei de se candidatar ao papel de importante fornecedor de equipamentos na implementação da rede 5G. A agência nacional de segurança cibernética não acredita que seja correto bloquear as atividades da empresa chinesa, mas pretende ter cautela.
França vai jogar com calma
O chefe da agência francesa de cibersegurança ANSSI disse não ter a intenção de impedir a Huawei de apresentar às operadoras ofertas de aparelhos de telecomunicações que possibilitem o desenvolvimento de redes 5G. No entanto, recomenda fortemente que – se as operadoras não utilizaram o equipamento da empresa até agora – não decidam mudar de fornecedor às custas da Nokia ou da Ericsson.
Portanto, a França não pretende introduzir restrições artificiais à Huawei, mas aparentemente tentará manter o fabricante longe da rede móvel subjacente que processa informações confidenciais, como dados pessoais de clientes.
Como aponta a Reuters, a decisão da França sobre a Huawei é importante especialmente para as duas principais operadoras de rede móvel do país: Bouygues Telecom e SFR, já que cerca de metade de sua base de infraestrutura vem deste grupo chinês. Outra operadora importante, ou seja, controlada pelo estado, ou seja, a Orange, já selecionou parceiros de tecnologia para o desenvolvimento da rede 5G – Nokia e Erisccon.
“Esta não é uma manifestação de racismo”
Guillaume Poupard, o chefe da ANSSI, imediatamente se referiu às vozes de insatisfação que descreviam esta abordagem para a Huawei como uma sugestão da posição dos EUA. Ele ressaltou que a decisão foi tomada não para mostrar hostilidade à China, mas para proteger os interesses da França. Como afirmou, indica apenas que “o risco não é o mesmo para fornecedores europeus e não europeus”.