A Huawei é conhecida principalmente como fabricante de dispositivos, mas devido às sanções impostas pelos Estados Unidos, deve tomar medidas que lhe permitam sobreviver no mercado. Tudo indica que o modelo de sua atividade vai começar a se parecer com o que o Google segue há anos.
O poder da Huawei no segmento de smartphones estava crescendo diante de nossos olhos
De ano para ano, a fabricante vendeu cada vez mais smartphones e em algum momento em termos de volume de entregas ficou até na primeira colocação, à frente da Samsung. No entanto, desde que os Estados Unidos começaram a abraçá-lo com suas sanções cada vez mais severas, a posição da empresa declinou gradualmente e não está mais entre os cinco primeiros.
A Huawei não se concentra apenas em smartphones em suas atividades, mas o fato é que o departamento de dispositivos de consumo regularmente gerava uma parte significativa de sua receita, muito mais do que o negócio de infraestrutura de rede, que é usado por operadoras em todo o mundo, incluindo a Polónia (apenas Plus é uma exceção).
As sanções impostas pelos Estados Unidos atingiram duramente a Huawei, pois tiraram dela o acesso não apenas ao Google Mobile Services, mas também a produtos e tecnologias importantes, incluindo semicondutores. A empresa deve, portanto, tomar medidas que irão salvar seu negócio e permitir que ela ganhe em outros segmentos de mercado.
Huawei será o segundo Google? O gigante chinês muda sua estratégia
Conforme relatado pela CNBC, A Huawei pretende se concentrar seriamente no fornecimento de tecnologias de computação em nuvem e software para carros inteligentes. No segundo caso, os primeiros passos já foram dados, pois recentemente foi apresentado o primeiro carro elétrico com HarmonyOS, desenvolvido pela gigante chinesa. Quando o assunto é computação em nuvem, diz-se que a Huawei pretende competir neste campo com a gigante chinesa Alibaba, que tem em seu portfólio, entre outras a plataforma AliExpress.
Huawei anunciou oficialmente que o foco na computação em nuvem permitirá que ele aumente a participação de atividades relacionadas a software e serviços na receita total, que – como já foi mencionado – são atualmente dominados pela venda de dispositivos de consumo e infraestrutura de rede.
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De acordo com Neil Shah da Counterpoint Research, a ênfase crescente em software e serviços tornará a Huawei semelhante ao Google. O HarmonyOS, como o Android, também deve ser multiplataforma, possibilitando a instalação em uma ampla gama de dispositivos, desde smartphones e tablets, e wearables a TVs e carros.
Graças à mudança de estratégia, quaisquer novas sanções impostas pelos Estados Unidos não deveriam ter tal impacto nas atividades do gigante chinês. O processo de aumento da participação de softwares e serviços, no entanto, pode levar tempo, por isso a empresa ainda tem que lidar de alguma forma com outros segmentos para sobreviver no mercado.