– Limitar o ódio à internet é muito difícil. O mais importante é promover uma atitude diferente. Temos que dizer que o comportamento de quem ataca com discurso de ódio, muitas vezes se escondendo atrás do anonimato, é errado e condenável, e o ódio disparado em palavras pode se transformar em ódio que se transformará em ação – enfatiza Michał Boni, eurodeputado e ex-ministro da Administração e digitalização.
Como ele acrescenta, o uso do discurso de ódio é característico do mundo da jihad e do terrorismo. Na Europa, comportamento semelhante estava presente na década de 1930, quando o fascismo estava se desenvolvendo. Nós também enfrentamos uma situação semelhante agora, mas sem uma base ideológica.
A influência do anonimato no nível de comentários negativos (aqui sobre minorias étnicas) foi investigada pela Local Knowledge Foundation. O estudo mostra que a exigência de não ser anônimo tende a suavizar comentários e reduzir o ódio. Por exemplo, os usuários da Internet conectados ao Facebook, que comentaram determinados tópicos em sites populares, postaram declarações negativas com muito menos frequência.
– O discurso de ódio é uma das coisas mais perigosas com que lidamos. No entanto, temos direito à liberdade de expressão e certamente nenhuma regra de censura deve ser introduzida aqui – afirma Boni.
Segundo o ex-ministro, apenas casos específicos de infração à lei devem ser processados, como a promoção de conteúdo fascista. Por outro lado, os ataques de ódio na internet precisam ser combatidos sem respaldo legal por outros usuários da internet, o que é um fenômeno muito raro no momento.
– Me entristece que se, por exemplo, no Twitter há um ataque de ódio a uma pessoa, então essa pessoa não tem o apoio de quem pensa diferente dos atacantes. Este apoio é relativamente raro, explica o eurodeputado. “Essas hordas selvagens e odiosas devem ser resistidas falando bem e apoiando aqueles sob ataque.”
Michał Boni acredita que as regras que regem a Internet hoje não devem ser alteradas. Os internautas que não se envergonham de suas atitudes o fazem de forma não anônima. Por outro lado, aqueles que usam discurso de ódio devem ser avaliados negativamente, mas não introduzindo coerções e regras de cima para baixo.