Narcos 3 – novo acordo. O cartel de Cali não faz prisioneiros

Narcos 3 - novo acordo. O cartel de Cali não faz prisioneiros 1

No final da segunda temporada de “Narcos”, morre Pablo Escobar, o cérebro do cartel de Medellín e personagem-chave da série. A notícia da terceira temporada, já sem Escobar, foi recebida com ceticismo por muitos fãs. Posso assegurar-lhe que após os primeiros minutos da terceira temporada, as dúvidas sobre o nível de “Narcos” desaparecerão. Os criadores não voltam aos fios secundários das duas temporadas anteriores. Por isso, sem medo de atrasos na trama, pode ser assistido por aqueles telespectadores que ainda não acompanharam as histórias do vício das drogas.

Na nova versão, as cartas são distribuídas pelos irmãos Gilberto e Miguel Orejuela – os pais do cartel de Cali (serão jogados por Damian Alcazar e Francisco Denis). O tema do grupo apareceu já na segunda temporada, quando apoiou financeiramente o guerrilheiro Escobar – “Los Pepes”. A terceira temporada contará sobre as atividades e construção de poder do Cartel de Cali. Além dos irmãos Orejuel, José Santacruz Londono (Pepe Rapazote) e Helmer “Pacho” Herrera (Alberto Ammann) desempenharão papéis importantes na década de 1990.

Desde os primeiros minutos, o espectador fica impressionado com a atmosfera da Colômbia – exótica e perigosa, onde – vamos lembrar – até 2016 houve uma guerra civil. Mais de 52 anos no total! Se somarmos ao fato de que a série é inspirada em acontecimentos reais, é uma pena que os criadores passem um pouco por este lado do contexto sócio-político, focando na descrição das ligações do cartel de drogas com a polícia e os políticos. Sem subornar funcionários, serviços e governantes, Cali nunca teria alcançado tal poder. Diz-se que tinham até o presidente – que apareceu em um dos episódios – Ernesto Samper no bolso. Manter o “poder sobre o poder” é definitivamente um dos tópicos mais interessantes dos novos “Narcos”.

Os telespectadores que acompanharam as duas temporadas anteriores do blockbuster da Netflix certamente perceberão as diferenças fundamentais nos métodos e estilos de fazer negócios entre as gangues de Medellín e Cali. Pablo Escobar era algo como Robin Hood, ele usava a propriedade do crime não só para uma vida pródiga, mas também para ajudar os pobres de seu bairro. Ele carregou dinheiro em barris e o enterrou nas profundezas da selva colombiana. Quão diferente neste contexto é o sistema de cartel de Cali – organizado com atenção a cada detalhe, funcionando como uma máquina bem oleada. Sim, se não fosse a logística e a gestão profissional, as atividades dos Quatro de Cali provavelmente nunca teriam atingido esse tamanho. As sequências de cenas apresentando a logística da operação do cartel de Cali são acompanhadas com crescente interesse. Se você adicionar a isso uma ampla rede de conexões com políticos (aparentemente com o próprio presidente à frente), a polícia e outros serviços, o telespectador começa a entender cada vez mais os mecanismos que regem esse tipo de negócio.

Após os primeiros episódios, você pode pegar algumas personagens femininas com contornos interessantes. Embora sejam todos secundários, eles merecem atenção e podem ser confundidos nos próximos episódios. A primeira é a jornalista colombiana Carolina Alvarez, que descreve as atividades do cartel de Cali e tenta trazer o máximo de informações possível sobre elas. A segunda personagem é americana, esposa de um importante membro do cartel de Cali. Frustrada pela solidão com o marido, ela pode ficar sujeita à vigilância de serviços de luta contra gangues. A terceira personagem é Maria, também esposa do traficante. Sua vida mudará dramaticamente como resultado dos assentamentos internos do cartel de Cali.

A atuação da DEA (Drug Enforcement Administration – nota do editor) contra os personagens principais também é interessante. Sob a influência de trágicos acontecimentos, dois jovens oficiais, chefiados pelo oficial Javier Pena (interpretado por Pedro Pascal) – responsável pela captura de Pablo Escobar, serão enviados à Colômbia.

Uma coisa é certa – a luta entre os chefões do tráfico e os serviços será o fio condutor de toda a temporada. A atmosfera da série é construída por narração fora da tela e materiais de arquivo, lembrando aos espectadores que “Narcos” não é um produto da imaginação dos escritores.
Os primeiros séculos de angústia nos aguardam na primeira metade da temporada…. Então, estamos esperando por 1 Setembro.

Narcos – terceira temporada, estreia na sexta-feira 1 Setembro na plataforma Netflix. Produtores executivos José Padilha e Eric Newman.