O boicote do Facebook afeta as campanhas publicitárias da marca. “Facebook é como sal de cozinha”

Se os varejistas retirarem seus orçamentos de publicidade do Facebook e os transferirem para outros canais, eles podem esperar que a intenção de comprar seus produtos diminua em 8% e o interesse na marca em 25%. Por sua vez, os fabricantes de automóveis podem esperar que a motivação de seus destinatários diminua em 13% e que a força de sua marca diminua em 6%. – segundo um estudo dos cientistas Jason Bell, Andrew Stephen e Felipe Thomaz, professores de marketing da Saïd Business, escola de negócios da Universidade de Oxford. Os cientistas basearam sua análise em dados da agência de pesquisa Kantar em campanhas publicitárias para vários setores.

Segundo os pesquisadores, a razão para isso é a forma como o Facebook interage com outros canais de mídia.

– Ao remover o Facebook de sua mídia, as marcas estão diminuindo a eficácia geral da publicidade dos outros canais. Isso ocorre porque os anúncios do Facebook tornam seus anúncios mais eficazes em outros canais. Facebook é como sal de cozinha – melhora o sabor de outros ingredientes – acredita o prof. Jason Bell.

– Os anúncios do Facebook podem aumentar a eficácia de outros canais da campanha. Por exemplo, você verá um comercial de TV ou YouTube que o impressiona, mas ainda não está respondendo a ele. Mais tarde, o mesmo anúncio no Facebook ou Instagram pode despertar seu interesse e agora você reagirá a ele, pois não há barreiras de comunicação – explica Bell.

“As marcas arcarão com custos significativos de boicote”

Antes que os pesquisadores chegassem a tais conclusões, eles estimaram a eficácia das campanhas publicitárias em canais como Facebook, TV, rádio, revistas e as complexas interações entre eles. Eles então investigaram o impacto no desempenho do anúncio quando o Facebook é desativado e os gastos inalterados com anúncios são distribuídos proporcionalmente para outras mídias.

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– Independentemente da lógica por trás do boicote, ao contrário de algumas alegações, as marcas realmente incorrerão em custos significativos ao participar dessa ação. Perceber, considerá-los e comprá-los será mais difícil e caro no caso deles – enfatiza o prof. Felipe Thomaz.

De acordo com o prof. Andrew Stephen é certo que muitos anunciantes em todo o mundo tomaram medidas para aumentar a conscientização sobre a disseminação de conteúdo perigoso e inaceitável, como discurso de ódio, em plataformas de mídia social.

– Estamos satisfeitos que empresas como Facebook e Twitter tenham tomado e continuam a tomar medidas para resolver esses problemas. No entanto, do ponto de vista puramente comercial, fazer anúncios no Facebook provavelmente será caro para as marcas. Acreditamos que isso é algo que os gerentes de marketing precisam saber, especialmente em condições econômicas extremamente difíceis, diz Stephen.

Como ressalta a WARC, agência especializada em marketing eficaz, a Oxford School of Business e o Facebook têm muito em comum – a rede social é uma das parceiras da Future of Marketing Initiative, criada pela Saïd Business School e pesquisando o futuro do marketing .

400 empresas participam do #StopHateforProfit

O boicote foi iniciado por seis organizações de direitos humanos nos Estados Unidos, lideradas pela Liga Antidifamação. Eles formaram a coalizão #StopHateforProfit, na qual pedem aos anunciantes que suspendam suas atividades de marketing no Facebook e no Instagram em julho. A pressão das empresas é persuadir as autoridades dos sites a começarem a combater de forma decisiva o discurso de ódio e a desinformação em casa. Os organizadores da campanha fizeram 10 demandas contra o Facebook. Eles querem, entre outras coisas, que as pessoas que sofrem assédio possam conversar com um funcionário do Facebook e que a plataforma devolva dinheiro para marcas cujos anúncios sejam exibidos ao lado de conteúdos ofensivos, removidos da rede social após algum tempo.

Vai, entre outros pelas postagens de Donald Trump, publicadas durante os protestos após a morte do negro George Floyd durante a intervenção policial. Os protestos começaram em muitas cidades dos EUA, e o presidente Donald Trump sugeriu atirar em manifestantes de rua nas redes sociais. A entrada dizia: “quando começa o saque, começa o tiroteio”.

O Twitter emitiu um aviso sobre este post, e o Facebook o deixou sem resposta. O chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, em resposta às críticas a tal política, explicou que, de fato, as postagens de Trump não incitam à violência. No entanto, muitos usuários protestaram, alegando que a postagem viola todos os padrões da comunidade da maior rede social do mundo. Segundo a CNBC, a equipe eleitoral de Donald Trump está entre os 10 principais anunciantes do Facebook.

Já 400 empresas participam da campanha #StopHateforProfit. Entre eles estão, entre outros Lego, Microsoft, Ford, Adidas, HP, Coca-Cola, Unilever e Starbucks.