Medium é uma plataforma da Internet que permite aos usuários da Internet publicar conteúdo nele lançado em meados de 2012. Seu principal criador é Evan Williams, cofundador do site Twitter que chegaram à conclusão de que muitos blogueiros e usuários regulares do Twitter precisam de um canal onde possam publicar seu próprio conteúdo mais extenso do que as entradas de 140 caracteres permitidas pelo serviço de microblogging mais popular da web.
Com o tempo, a plataforma começou a crescer, não só jornalistas individuais, blogueiros ou internautas passaram a colocar seus próprios conteúdos no Medium, mas também grandes publishers, vendo nisso uma oportunidade de atingir um público mais amplo e a possibilidade de gerar receitas a partir do Medium. no futuro.
Agora no seu perfil Medium Evan Williams anunciou que a plataforma enfrentará grandes mudanças. Ele admitiu que a Medium Corporation, proprietária da Medium, até agora não conseguiu desenvolver um modelo de negócios satisfatório que garantisse a segurança financeira do site e seu desenvolvimento posterior.
– Isso apesar do Medium estar se tornando um canal de comunicação cada vez mais popular, e 2016 foi um dos nossos melhores – escreveu, entre outros Williams. – Dentro de 12 meses em 300% tanto o número de conteúdos publicados quanto o número de leitores desses materiais aumentaram. O Medium atraiu tanto usuários da rede privada quanto os jornalistas e blogueiros mais influentes.
Ao mesmo tempo, Williams revelou que o Medium enfrentava sérios problemas. Um deles é o crescente fenômeno da desinformação online, que exige uma nova forma de olhar para a publicação de conteúdo. Por outro lado, trata-se de problemas financeiros.
O criador do Medium explicou que no ano passado o site tem investido muitos recursos na equipe e tecnologias que permitem o desenvolvimento da plataforma. Ele também desenvolveu os primeiros produtos de publicidade projetados para pagar autores e editores por conteúdo de alta qualidade no Medium. Williams admitiu, no entanto, que não era suficiente e a empresa estava em uma encruzilhada. Por um lado, não pretende publicar anúncios padronizados em troca de acesso a materiais, pois considera esse método de ganho ineficaz e fadado ao fracasso no futuro. Por outro lado, a gestão do Medium não vê outra forma segura de rentabilizar os recursos da plataforma e pagar criadores e editores.
De acordo com Williams, o futuro do Medium não é claro. Para já, a empresa tem de desenvolver um conceito completamente novo para o funcionamento do website e para a rentabilizar. Há também uma reestruturação que será dolorosa tanto para a empresa quanto para seus funcionários.
Williams disse que cerca de um terço da equipe, ou cerca de 50, perderá seus empregos em um futuro próximo, e os escritórios em Nova York e Washington fecharão. As reduções abrangerão principalmente funcionários que lidam com atividades relacionadas ao segmento comercial da empresa, enquanto pessoas tranquilas que lidam com a operação técnica do Medium e questões editoriais podem ser contratadas por enquanto.
Williams admitiu que se sente muito responsável por chegar onde o Medium está agora. Ele prometeu que a empresa procuraria caminhos apropriados para um maior desenvolvimento, mas no momento não há detalhes específicos.
Em entrevista ao Wirtualnemedia.pl Artur Kurasiński, CEO do Muse e conhecido blogueiro, não esconde sua avaliação crítica da política adotada pelo Medium, e a observação do desenvolvimento do site cria uma espécie de confusão em nosso interlocutor.
– No começo eu estava convencido de que em algum momento o Medium seria uma espécie de alternativa ao WordPress – admite Artur Kurasiński. – Agora estou perdido e não tenho ideia do que estava na mente dos criadores do Medium. No início, eles provavelmente queriam ser um lugar de rede para os escolhidos escreverem. Mais tarde, eles se abriram mais e ainda mais tarde começaram a mencionar timidamente a competição pelo WordPress. Para mim, uma completa confusão na comunicação – Kurasiński não se esconde.
De acordo com Paweł Nowacki, diretor de desenvolvimento de negócios do Delvein.pl e ex-editor-chefe adjunto do Dziennik Gazeta Prawna para o segmento online, embora Evan Wiliams tenha delineado corretamente os dilemas de negócios enfrentados pelo Medium, as direções da estratégia adicional são um grande ponto de interrogação.
– O diagnóstico do fundador do Medium.com, CEO da Evan Williams, está correto: o sistema de ganhos baseado em publicidade online é ruim – admite Paweł Nowacki com ênfase. – O problema continua sendo o remédio que não apenas este site está procurando. Parece que nos últimos meses, eventos na web provaram a necessidade de jornalistas profissionais trabalharem. O fenômeno do fake, truth post, popularizado pelas plataformas globais de mídia social, apenas evidenciou a necessidade de serviços jornalísticos: checagem de fatos, perguntas desconfortáveis, coleta e apresentação de dados.
Nosso interlocutor espera que o Medium acabe se concentrando mais no modelo de ajuste de contas com os internautas por conteúdo, por sua qualidade.
– Isso significa maior elitismo na criação de conteúdo, tarefas para editores – enfatiza Nowacki. – Acredito que os blogueiros (assim como os jornalistas cidadãos do site Wiadomości24.pl, que foi criado há quase 11 anos) podem criar conteúdo de qualidade. Blogueiros entendidos como uma comunidade, não como indivíduos individuais – estes podem se tornar altamente profissionais ao longo do tempo, mas geralmente são uma minoria. A maioria – a comunidade de escritores casuais, por necessidade do coração – deve abordar as redações profissionais em seu modelo de atuação. Então será possível salvar uma ideia como o Medium, quando alguém quiser pagar pelo valor que a comunidade cria, com a ajuda de uma equipe profissional de editores. Seja no modelo de publicidade nativo ou por assinatura, ou, por exemplo, em um paywall, prevê Nowacki.