Na segunda quinzena de outubro deste ano. Mark Zuckerberg, o chefe do Facebook, anunciou que a plataforma que administrava não tinha a intenção de limitar a emissão de anúncios políticos até então, quando postagens patrocinadas por políticos ou grupos específicos contêm desinformação ou notícias falsas.
Zuckerberg admitiu que a publicidade política não é importante para as receitas do site em termos de negócios, no entanto, eles constituem um elemento importante do debate público em países específicos, especialmente na corrida para as eleições. O chefe do Facebook assumiu a posição de que, no caso deste tipo de mensagens sua empresa não quer decidir arbitrariamente qual conteúdo é impróprio ou confusoporque muitas vezes é uma questão de visões e percepções específicas da realidade.
Funcionários: Facebook apóia a desinformação
Acontece que a estratégia usada por Mark Zuckerberg e seu serviço levanta consideráveis reservas entre alguns funcionários da empresa. O New York Times divulgou uma carta aberta enviada por mais de 250 funcionários do Facebook ao chefe da corporação, na qual expressam suas reservas sobre o tratamento da publicidade política na plataforma.
Em sua mensagem, os signatários da carta enfatizam que, ao contrário do que afirma Zuckerberg, a publicação de anúncios políticos contendo desinformação não é uma expressão de objetividade e uma defesa da liberdade de expressãomas engane os usuários, muitos dos quais consideram o conteúdo postado pelo Facebook genuíno e não acreditam nisso.
De acordo com os autores do apelo, o consentimento do Facebook para a publicação de postagens políticas patrocinadas mina a confiança no site como fonte de informações verdadeiras e pode contribuir para a disseminação do fenômeno nocivo das notícias falsas.
Agradecemos a opinião dos colaboradores, a política permanece inalterada
A carta aberta acima mencionada foi assinado por mais de 250 funcionários do Facebook. Esta é apenas uma fração de toda a equipe de serviço, totalizando mais de 35.000. pessoas. Em um breve comunicado enviado aos editores de Wirtualnemedia.pl, a assessoria de imprensa do Facebook anuncia que não pretende mudar sua estratégia de publicidade política, independentemente de seu conteúdo.
– A abertura é a base da cultura do Facebook, por isso agradecemos os funcionários que expressaram sua opinião sobre este assunto. No entanto, estamos determinados a não restringir nossa mensagem política gratuita. Ao mesmo tempo, continuaremos trabalhando para aumentar a transparência da publicidade política – lemos no comunicado.
Facebook tem um problema de identidade
Por outro lado, em entrevista conosco, Anna Robotycka, sócia-gerente da Agência F11 / AMIN Worldwide, destaca que a citada carta do funcionário do Facebook testemunha um problema crescente enfrentado pelo site de Zuckerberg.
– O problema é que Facebook o tempo todo ele não consegue decidir sobre sua função e, portanto, também sobre a responsabilidade pelo conteúdo publicado na plataforma – avalia Anna Robotycka. – Às vezes ele quer proteger os destinatários de todo mal e manipulação, e às vezes finge ser um espaço imparcial para a troca de pontos de vista. Embora a carta tenha sido assinada por um percentual de funcionários do Facebook, esse gesto significa mais do que pensamos – é uma expressão de desacordo com a inconsistência do Facebook e com os padrões completamente diferentes adotados em função das necessidades do próprio FB e do contexto, do ambiente externo.
Nosso interlocutor lembra que há algum tempo FB anunciou os padrões mais transparentes para evitar a divulgação de notícias falsase até se gabou da quantidade de empregos que estava planejando em relação a assumir a sério a responsabilidade pelas palavras espalhadas pelos usuários.
– Demorou menos de um ano, a mudança climática depois das primeiras audiências no Congresso, mudanças de pessoal (e não só) na área de publicidade, que pudemos presenciar uma mudança de rumo – enfatiza Robotycka. – Isso não é um problema para esse pequeno grupo de funcionários, é um problema existencial para o Facebook, porque se as pessoas de dentro da empresa se perdem no que o FB deve ser, então no que são usuários comuns – diz o especialista.
No segundo trimestre deste ano. Facebook registrou um aumento nas receitas em 27,6 por cento até $ 16,89 bilhões, e 2USD 62 bilhões em lucro líquido (vs. 5US $ 11 bilhões um ano antes). Nos últimos seis meses, a preocupação respondeu 5 bilhões de dólares em multa imposta pela FTC. Tem 2, 41 bilhões de usuários ativos mensais e 10,59 bilhões diariamente. Nos últimos anos, há mais deles fora da América do Norte e da Europa, mas Facebook ganha mais com os dos EUA e Canadá.