Na segunda-feira, 21 de março, um tribunal de Moscou declarou a Meta Platforms INC., empresa controladora do Facebook e Instagram, como um meio “extremista” e baniu essas redes sociais. A decisão não surpreendeu ninguém, porque o Facebook havia sido bloqueado pelo Roskomnadzor, o regulador estatal russo da mídia e da Internet, em 4 de março. O escritório justificou esta decisão pela “discriminação do Facebook contra a mídia russa”.
A decisão judicial de segunda-feira, no entanto, não abrange o mensageiro WhatsApp de propriedade da Meta. Segundo informações da agência Reuters, não contribui para a “divulgação pública de informações”. Daí a decisão de não bloquear o WhatsApp.
No entanto, a decisão do tribunal russo não parece lógica para todos. – Não entendo por que apenas alguns produtos Meta são extremistas. É completamente irracional, diz Kevin Rothrock, editor-chefe da edição em inglês do site de notícias russo Meduza.
Outros comentaristas acreditam que a decisão do tribunal de segunda-feira é um sinal de que o Kremlin está preocupado com a reação dos russos que já estão lutando com as consequências das sanções impostas pelo Ocidente. As autoridades podem prever que os moradores começarão a invadir, que foram privados das mídias sociais a que estão acostumados. O WhatsApp é um dos poucos serviços ocidentais restantes disponíveis na Rússia hoje. De acordo com o site analítico Statista, o WhatsApp é extremamente popular neste país. Só em janeiro deste ano tinha 84 milhões de usuários por lá.
Boletim WirtualneMedia.pl em sua caixa de entrada de e-mail
Haverá um equivalente russo do WhatsApp?
Essa popularidade significa que, se um tribunal de Moscou proibir o uso do WhatsApp, isso pode causar indignação entre muitos russos. “O Estado está tentando prever os efeitos colaterais de tal decisão”, diz Alena Epifanova, pesquisadora do Conselho Alemão de Relações Internacionais. Ele acrescenta que o WhatsApp na Rússia é politicamente neutro e é usado pelas pessoas para entrar em contato com seus entes queridos. – O Kremlin não quer correr o risco de rebelião social, porque a maioria dos cidadãos usa essa plataforma para contatar com segurança seus amigos – diz Epifanova.
Alena Georgobiani, especialista em comunicação de Moscou, também acredita que o WhatsApp não estava na “lista de banidos” devido ao grande número de pessoas que usam o aplicativo. – Todo mundo usa. Não há muitas pessoas na minha lista de contatos que não tenham WhatsApp, diz Alena Georgobiani.
Segundo Alena Epifanova, o equivalente russo do WhatsApp pode aparecer em breve. Só que essa variação local do aplicativo será controlada pelo estado. O Grupo VK já está trabalhando em tal solução. A Rússia também quer restaurar o aplicativo ICQ que foi desenvolvido na década de 1990 em Israel. – Não tenho certeza se eles terão muito sucesso com o ICQ. Acho que é parte de um projeto maior substituir qualquer plataforma de mídia social ou serviço de mensagens instantâneas dos EUA por um serviço controlado pelo Kremlin, acredita Epifanova.
WhatsApp com mais de 2 bilhões de usuários em todo o mundo
O WhatsApp é um mensageiro introduzido há 11 anos, é usado para contatos entre usuários por meio de telefones celulares. Em 2014, o WhatsApp foi comprado pelo Facebook por US$ 19 bilhões.
Em fevereiro de 2020, o WhatsApp informou que o número de usuários desta plataforma ultrapassou 2 bilhões globalmente. O resultado dado significa que desde o início de 2018, o grupo de destinatários de aplicativos aumentou em 500 milhões, porque o número de usuários foi estimado em 1,5 bilhão.